Gestão - Arte e ciência da criatividade.
Criatividade
GEORGE F. KNELLER
Universidade da Califórnia, Los Angeles
Tradução de
JOSÉ REIS
14ª EDIÇÃO.
IBRASA
INSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE DIFUSÃO CULTURAL LTDA.
SÃO PAULO
O ATO
Existirá um padrão no ato de criação? (*) Haverá processos similares, em ordem similar, sempre que haja criação? Quais são, afinal, as condições que parecem necessárias para que ocorra a criação?
FASES DA CRIATIVIDADE
É amplamente aceita a existência, no processo criador, de quatro fases reconhecíveis, em geral conhecidas como preparação, incubação, iluminação e verificação. (1) Parece quase certo que o ciclo criador pode ser dividido, com aproximada justeza, nessas fases. Outra questão é, todavia, saber se ele deve ser assim dividido. Algumas autoridades duvidam. (2)
Sustentam que os vários processos que participam na criação, em verdade são tão complexos e entremeados uns nos outros, que seria irrealístico congelá-los numa simples seqüência.
O argumento é bom, porém não decisivo. Como o processo criativo se passa durante um período de tempo, justifica-se que o consideremos em estádios, desde que estes últimos sejam encarados mais como tipos ideais ou conveniências de pesquisa do que dicotomias do próprio processo. Modificarei num ponto a seqüência convencional, considerando a primeira fase da preparação como fase distinta, a que chamaremos primeira apreensão (*)
PRIMEIRA APREENSÃO
Em geral, o momento da criação só ocorre após demorada preparação consciente seguida por intervalo de atividade não consciente. Antes, porém, é preciso que nasça o germe da criação. O criador tem de ter o seu primeiro insight - a apreensão de uma idéia a ser realizada ou de um problema a ser resolvido. Até então ele não teve inspiração, mas apenas a noção de algo a fazer. Em Ecce Homo, por exemplo, Nietzsche conta que as idéias que originaram o Assim Falou Zaratustra lhe surgiram numa certa ocasião, nos bosques atrás do
Lago Silvaplana, Itália, mas só