Georges lapassade
Georges Lapassade (1924-2008), nosso mestre, nosso amigo* Alocução para a cerimônia de adeus, quarta-feira 6 de agosto de 2008, em Stains et Villetaneuse.
Rennée Grandin, irmã de Georges Lapassade, ao organizar esta cerimônia de adeus, pediu-me que redigisse uma alocução. Ela me diz, ao telefone, que será tocada a Ave Maria de Gounot, que Georges, quando adolescente, tocava no harmônio de Arbus, bem como um canto bearnês.
Por minha parte, teria pensado num tom de rap. Também tinha preparado um fragmento sinfônico de Hubert de Luze, seu amigo compositor, que escutamos juntos na sala Pleyel. Quando desse concerto da orquestra
Pasdeloup, Georges tossia muito forte, limpava a garganta. Até mesmo escarrara sobre o carpete do camarote. Nesse dia de 2003 eu estava constrangido ao lado dele, pois a sala se virava ostensivamente para nós!
Georges chegou a me confidenciar, no intervalo, que preferia o rap à música sinfônica. Mas ele gostava também da música sarda ou napolitana, das músicas de transe, Tino Rossi, Charles Trenet.
O que posso dizer nesta alocução?
Georges me ensinou a improvisar. Seguindo-o, nunca escrevi minhas aulas ou conferências antes de pronunciá-las! E, hoje, devo redigir um texto que deverei ler!
Esta manhã, estimei em 800 o número de livros de sua biblioteca.
Comparada à minha (12.000 volumes), e sobretudo às dimensões do escritor que ele foi, à sua carreira intelectual, é muito pouco!
Como explicar que ele tenha publicado 45 livros com uma biblioteca tão pequena? Eis a resposta que me ocorreu: Georges utilizava plenamente os serviços da universidade. Era um dos freqüentadores assíduos da biblioteca.
Clio-Psyché – Programa de Estudos e Pesquisas em História da Psicologia.
244 Remi Hess
Quando estudante, morava num quarto no Boulevard Saint-Michel, número
22. E eu me recordo de seu estúdio da Ile Saint-Louis, onde ele viveu por muito tempo. Não havia lugar