Análise Institucional Lapassade

Assim como Bleger, Georges Lapassade também fornece uma rica contribuição teórica à prática da Psicologia em instituições. Mas, diferentemente daquele autor, que denomina essa forma de compreender e intervir em grupos e organizações Psicologia
Institucional, Lapassade usa o termo Análise Institucional.
O pensamento de Lapassade passa a ser mais conhecido no Brasil a partir de meados da década de 1970, um tempo depois de Bleger. Sua abordagem é predominantemente sociológica e política, embora tenha surgido da psicossociologia e da psicologia em grupos, e aparece como alternativa à abordagem psicanalítica de Bleger.
Em Lapassade entende-se, de modo geral, a análise institucional como a maneira singular de entender o que são as relações instituídas e a forma de trabalhá-las ou agir sobre elas enquanto psicólogo. Suas bases concretas encontram-se nas experiências da pedagogia institucional que, criticando uma pedagogia autoritária, procurou constituir uma outra que dimensionasse o espaço, o tempo e a relação educador-educando. Também se encontram nas práticas da psicoterapia institucional e na psicossociologia.
Os pensamentos de Lapassade, iniciados na França da década de 1960, foram considerados um movimento porque constituíram uma forma de análise política da realidade social e institucional.
A análise institucional considera a realidade social acontecendo em três níveis: o do grupo, o da organização e o da instituição. O primeiro nível ´, do grupo, é a base da vida cotidiana; o segundo, o da realidade ou do sistema social, é o da organização, com seu regimentos e regulamentos – é nesse segundo nível que Lapassade situa a burocracia em sua mais concreta dimensão –; e o terceiro nível é o do Estado, a instituição propriamente dita. Instituição, nesta abordagem, é o conjunto de do que está instituído e, enquanto jurisdição e política, pauta toda e qualquer relação.
Lapassade distingue o termo instituição de organização. No nível da organização fala-se do equipamento,