Gastronomia
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Gostosamente variada e tropicalmente colorida, tem suas raízes mergulhadas no tempo da colonização, quando aqui chegaram os primeiros portugueses trazendo seus hábitos alimentares, presentes nas sopas aceboladas, nas mais diferentes maneiras de preparar a carne, nos peixes quase nadando em alourado azeite de oliva, nas verduras frescas ou em conserva, no vinho feito em casa, nas compotas de frutas, nos queijos, nos licores feitos em mosteiros, nos bolos de receitas tradicionais. Trouxeram seus hábitos alimentares da mesma maneira como conduziram, na sua bagagem sentimental, seus hábitos e costumes, seus folguedos populares e sua música, suas crendices e superstições, suas canções e sua saudade, sua religiosidade e sua mobilidade aventureira através de mares e continentes que descobriram ou ajudaram a descobrir e a colonizar, sem preconceitos raciais, juntando ao seu, nas noites quentes do trópico, o sangue dos nativos numa miscigenação que, entre nós, foi responsável pela mulata, faceira, sensual, bonita, nos babados e no decote generoso dos vestidos de chita.
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Maravilhados, deslumbrados, estupefatos ficaram os portugueses logo que aqui chegaram,respirando um ar misturado com o perfume de milhares de flores silvestres, comendo frutas exóticas e deliciosas, pescando outros peixes, caçando outras caças, vivendo em função de uma fauna e de uma flora miraculosas, a ponto de Pero Vaz de Caminha mandar dizer a seu rei e senhor, em carta que se tornou célebre como verdadeiro hino entoado à beleza e ao esplendor da Terra de Vera Cruz, que a terra era "muy chã e muy fremoza” e nela se plantando tudo dá". Os portugueses não se cansavam de apreciar a beleza da natureza tropical, os rios largos de águas mansas e sinuosas onde viviam os mais estranhos peixes que se possa imaginar, a caça abundante e variada, as frutas diferentes e mais