Gastronomia
As bebidas destiladas têm teor alcoólico mais alto. Todas as bebidas passam pela fermentação, produzida principalmente por leveduras. Mas algumas, depois disso, passam ainda por um processo de destilação, ou seja, os álcoois e ácidos orgânicos - responsáveis pelo odor e pelo sabor - presentes na bebida são transformados em vapor e depois, novamente em líquido. Assim, vão para outro recipiente, mas sem a água existente na bebida: como ela tem um ponto de ebulição mais alto, não evapora totalmente e o líquido resultante fica muito mais concentrado. É o caso, por exemplo, do uísque, da caninha e da vodca. "As bebidas fermentadas, como a cerveja e o vinho, têm, no máximo, 18% de álcool, enquanto as destiladas podem atingir até 70%".
1. A HISTÓRIA DA DESTILAÇÃO
Bebidas fermentadas como o vinho e a cerveja, remontam aos primórdios da humanidade. Não existem documentos que comprovem, mas a história oferece elementos para se acreditar que as bebidas fermentadas foram daquelas invenções do homem que se deram por acaso, provavelmente há 7.000 ou 8.000 anos, no Oriente Médio, quando alguém esqueceu um punhado de grãos ou frutas amassadas que, fermentados, viraram um líquido com teor alcóolico.
Os primeiros registros sobre a fermentação vieram do Egito Antigo. Os egípcios inalavam vapores de líquidos fermentados diretamente do bico da chaleira, com o intuito de curar moléstias.
As bebidas destiladas, entretanto, vieram mais tarde, com os gregos, que registram o processo de obtenção da ácqua ardens. A água que pega fogo - água ardente, aparece nos registros do Tratado da Ciência escrito por Plínio, o velho, que viveu entre os anos 23 e 79 depois de Cristo. Ele conta que apanha o vapor da resina de cedro, do bico de uma chaleira, com um pedaço de lã. Torcendo o tecido obtém-se o Al kuhul. Foi no século 10 que Avicena - médico, astrônomo e filósofo árabe - descobriu o processo de destilação do material