Ganhos de produtividade não são repassados aos trabalhadores
Os ganhos de produtividade - proporcionados por avanços tecnológicos, por exemplo -, não foram repassados aos trabalhadores dos países desenvolvidos, o que significa que a mão-de-obra não se beneficiou com o desenvolvimento econômico.
Quando os ganhos não são repassados aos trabalhadores - ou às famílias, como os economistas chamam - a capacidade de gasto dessas famílias diminui, criando uma espécie de "atrito" no mercado que diminui o ritmo de crescimento futuro da economia.
Nesse sentido, a ânsia de lucros dos empresários, através do não repasse dos ganhos de produtividade aos trabalhadores, acaba minando a própria geração de lucro futuro para esses empresários porque os trabalhadores consumirão menos, reduzindo o crescimento da economia.
"Essa é uma tendência indesejada que, onde exista, é preciso ser revertida. Em nível social e político, sua interpretação mais clara é que os trabalhadores e suas famílias não estão recebendo o que merecem", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Produtividade do trabalho
A OIT enfatizou que esses países devem ter cuidado para não promover o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em detrimento dos salários e do bem-estar do trabalhador.
De acordo com o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) José Luís Oureiro, a produtividade do trabalho à qual a OIT se refere diz respeito à razão entre a produção de uma pessoa e as horas trabalhadas. Quanto maior a quantidade produzida por número de horas maior será a produtividade.
Nas economias desenvolvidas, a produtividade do trabalho aumentou mais do que o dobro dos salários desde 1999. Nos Estados Unidos, por exemplo, enquanto a produtividade aumentou 85% no período, os salários só cresceram cerca de 35%.
Na China, apesar de os salários