Artigo sobre O Recente Problema da Produ o Industrial
A reação do governo sobre a crise de 2008 foi uma redução da taxa de juros e do superávit primário, em conjunto com uma expansão de créditos por parte de bancos públicos, estimulando a demanda agregada, no qual representa a soma das demandas do setor de serviços e produtos industriais. O crescimento da demanda do setor de serviços elevou a demanda agregada por mão de obra, o que representou uma queda expressiva da taxa de desemprego, provocando o crescimento dos salários reais. Contudo, o aumento da demanda não aumentou a produção no setor industrial. Embora a taxa real de juros tenha caído o suficiente para que, tudo o mais mantido constante, tivesse ocorrido o aumento da utilização de capacidade, retirando o hiato da produção industrial do território negativo e ampliando a produção, o que ocorreu foi o contrário. A elevação dos salários combinada com a estagnação da produtividade do trabalho na indústria levou a um aumento do custo unitário do trabalho, que foi suficiente não somente para anular o estímulo vindo da queda da taxa real de juros, como para levar à ampliação do hiato negativo de produto e à queda da utilização de capacidade instalada. Na crise de 2008 o Brasil teve uma recessão que foi profunda, porém curta e concentrada no setor industrial. Enquanto o PIB da indústria por dois trimestres consecutivos mostrou quedas que ocorreram a taxas anualizadas superiores a 20%, a contração no setor de serviços ocorreu à taxa anualizada de 10% por apenas um trimestre. O governo reagiu à crise estimulando o crescimento da demanda através da redução da taxa SELIC que caiu de 13,75% em janeiro de 2009 para 8,75% em julho. O crédito de bancos oficiais se expandiu a uma taxa de 12 meses que superou 30% em 2009. Além disso, foram cortados impostos e ampliados os gastos públicos, reduzindo o superávit primário de 2% do PIB. Por algum tempo, a indústria de transformação elevou a produção, respondendo à ampliação