Gadamer
Essa tomada de consciência repercute em todas as atividades do ser humano, principalmente nas atividades intelectuais – passamos; então, a refletir, ou seja, começarmos a nos colocar no lugar do outro. E esse modo reflexão, segundo Gadamer, pode ser chamado, também, de senso histórico, que ele define do seguinte modo: “Ter senso histórico é superar de modo consequente a ingenuidade natural que nos leva a julgar o passado pelas medidas supostamente evidentes de nossa vida atual, adotando a perspectiva de nossas instituições, de nossos valores e verdades adquiridos. Ter senso histórico significa pensar expressamente e horizonte histórico coextensivo à vida que vivemos e seguimos vivendo” (p.18). Definimos isso, o autor afirma que a consciência moderna assume uma posição reflexiva, portanto, com relação ao que lhe é transmitida pela tradição. “Esse comportamento reflexivo diante da tradição chama-se interpretação”. (pp. 18-19). E a primeira pressuposição dela é o “estranho” daquilo que se quer compreender. O é imediatamente evidente não requer uma interpretação, segundo Gadamer.
Somente aquilo que nos é estranho precisa ser interpretado, para ser compreendido. Retornando a ideia de que temos consciência histórica, diz o autor.