Ser que formulamos mal a pergunta
Silvia Viana
Silvia Viana em seu capítulo aborda como o movimento passe livre foi recepcionado nas mídias e televisão. Aborda principalmente a repercussão do movimento no programa Brasil Urgente onde o apresentador está indignado com a violência dos manifestantes, mas em uma pesquisa pra ver se a população concorda ou não acaba não recebendo a resposta esperada e se surpreende. Para autora, tanto as manifestações quanto o publico não estavam errados, o erro consistia nas ruas, como eram recepcionados os manifestantes, com “tropas espetaculares à sua espera”. A violência não se ligava ao movimento do passe livre, eles nem tinham chegado ao local da manifestação.
Viana também coloca que seria um equivoco afirmar que só junho de 2013 fez com que os jovens fossem as ruas. Na verdade, o livro procura dar ênfase aos processos históricos por quais passaram as manifestações até chegarem a dimensão de 2013.
Ela fala também do fator desengajamento das manifestações de 2013, no sentido de que protestar havia se tornado uma questão estritamente pessoal, o ativismo um estilo de vida.
Ela explicita também a grande divisão que foi feita entre os manifestantes pela mídia. Os pacíficos e os vândalos. Só se noticiava os protestos de vândalos no inicio e se generalizava o movimento. Na verdade, o movimento era uno, de revolta contra a situação politica vivida e pelo aumento das taxas de ônibus. Daí a surpresa na enquete, o movimento em si iria causar desestabilidade. A violência posterior vem de um ato de reação a ação movida pela força do Estado. Para mídia a ação “pacificadora da policia” mantinha a ordem enquanto que a reação “violenta” do movimento era uma ameaça. O que Silvia Viana propõe é enxergar essa afirmação sob outro ponto de vista, a dos manifestantes, invertendo as classificações.