Fábula - A Galinha dos Ovos de Ouro
Era uma vez um homem muito pobre. Tão pobre que, na sua casa - uma cabanita de pedra no limiar do bosque – não havia sequer uma cama. O recheio da casa consistia numa enxerga, uma tigela e uma colher de madeira. Além disso, fosse verão ou de inverno, o pobre homem trazia sempre vestida a única roupa que possuía: farrapos. Em relação à alimentação, não se pode dizer que as coisas corressem melhor, pois passava o ano a comer frutos silvestres, raízes e chicória. Só com a chegada do Outono é que variava, comendo as castanhas que ia apanhando aqui e ali. Com fartura apenas tinha água, pois corria um riacho ao lado da sua cabana.
Certa tarde, em que se anunciava uma violenta tempestade, o pobre homem, de estômago vazio, tremia de frio deitado na enxerga. Foi nessa altura que bateram suavemente na porta três vezes.
«Quem será?» - perguntou a si mesmo. - «Nunca vem ninguém para estes lados…e ainda por cima com este tempo!»
Levantou-se e foi abrir a porta.
Encontrou um velho com uma longa barba branca, envolto num pesado manto com um grande alforge a tiracolo.
- Bom dia – disse. – Espero não vir incomodá-lo. Ia a passar e fui surpreendido pela tempestade. Posso descansar durante algum tempo e sentar-me à beira do lume?
- Claro! Entre! – respondeu o pobre. – Mas não pense que vai encontrar aqui calor ou um banco onde se sentar… Como vê aqui não há nada, mesmo nada… No entanto, se quiser pode acomodar-se na enxerga.
O velho sentou-se e começou a falar disto e daquilo. Enquanto conversava, os seus olhos iam inspecionando o casebre. Por fim, comentou:
- Você não deve passar nada bem, vivendo aqui…
- Só por milagre é que ainda não morri de fome. Não como há quase dois dias.
- Ah, lá por isso…
O velhote tirou então do alforge pão, queijo e um cantil de pele cheio de vinho que, de seguida, dividiu com o dono da casa. Este, só de ver comida, quase ia perdendo os sentidos.
Terminada a refeição, o velho levantou-se e disse:
- Agora tenho de