Futuro de uma ilusao

O Futuro de uma Ilusão
Sigmund Freud

Em “O Futuro de uma Ilusão” é trazido a tona um assunto esquecido pelo mundo contemporâneo. Qual o futuro da Religião? E qual a ligação com a psicanálise. Como aliar respeito a um Deus e ao mesmo tempo a discordância de idéias para não gerar uma neurose obsessiva. Freud não questiona a existência ou não de Deus. Mas sim a origem da religião e seu futuro. Para ele a civilização originou a religião como uma forma de defesa contra a natureza. Ela surgiu de um desamparo que ele compara com o desamparo inicial da criança e que perdura até a idade adulta. A primeira proteção da criança contra a ansiedade é a mãe. E que mais tarde vai direcionar esta proteção para o pai que é uma figura mais forte. Porém a criança teme o pai, além de admirá-lo. Quando ela cresce e vê que não pode mais contar com a proteção infantil do pai, transfere esses poderes a um Deus próprio, formando assim a religião. Para ele a religião é a neurose obsessiva igualmente como no Complexo de Édipo. As religiões possuem força, mesmo cheias de contradições pois são ilusórias. São idéias antigas que nunca foram questionadas. Mas ilusão não é igual ao erro. Não são necessariamente falsas. A característica é que as ilusões são oriundas dos desejos humanos. Para Freud as idéias religiosas são ilusões porque somente aceitamos nos privar de certos instintos pois acreditamos que nosso Deus irá nos recompensar em uma vida após a morte com um mundo melhor. Ou seja, são ilusórias porque desejamos que seja assim. E assim como a criança não pode prosseguir com seu desenvolvimento sem se afastar do pai e passa por uma neurose, a civilização também irá passar por esta neurose se afastando da religião como uma forma de crescimento. A psicanálise é uma forma de explicar as crenças religiosas. O individuo só se liga a esses ensinamentos por vínculos afetivos. Ou não irá seguir determinada doutrina pelos mesmos motivos. Ou seja, a crença é algo emocional