Futuro de Uma Ilusão
Freud começou a escrever este trabalho na primavera de 1927, terminando em de setembro, e publicando em novembro do mesmo ano descreve a religião como uma necessidade humana vinculada ao estado infantil de desamparo.
O Deus justo e a natureza benevolente são as mais nobres sublimações de nosso complexo paternal, pois, o homem, na impossibilidade de imaginar um mundo sem pais, cria falsificações da imagem do universo no qual se sente desprotegido,
O anseio pela proteção de um pais (Deus) é uma função que visa aliviar terrores da natureza, amenizar as dores humanas frente ao tenaz destino (medo da morte, etc) e compensá-lo das privações e sofrimentos que são impostos pelo mundo civilizado.
Porém, o anti-humanista europeu deduziu que toda esta ilusão religiosa estaria destinada ao abandono. Esta expectativa partia do pressuposto de que os homens seriam capazes de tornarem suas existências mais toleráveis na Terra; porque a religião possui apenas valor sentimental, é incapaz de correções, é provinda de um delírio humano e que esta neurose da infância poderia muito bem ser superada pela humanidade. Na visão de Freud chegaria o tempo que as pessoas se renderiam a ciência, pois ela atende as necessidades humanas. Pois, futuramente, a civilização seria capaz de renunciar todas as ilusões, substituindo-as por outro corpo doutrinário (a ciência). O desenvolvimento das concepções científicas alcançaria um maior grau de conhecimento do mundo, o que melhor organizaria a vida humana. Pois a ciência já alcançou importantes conquistas para a sociedade e suas concepções estão constantemente se adaptando ao mundo (contrariando os dogmas religiosos).
Por fim, Freud argumenta que o papel da ciência é demonstrar o mundo como ele é ao homem e que não haveria mais necessidade de interpretar a vida humana através de abstrações vazias,