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Andréas H. Trebels
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo discutir a indissociabilidade entre movimentar-se e perceber, e suas implicações para um conceito e uma Pedagogia dialógicos do movimento humano. Para tanto, apresenta algumas das perspectivas de autores que, de um ponto de vista da Biologia, rivalizam com as concepções de movimento da mecânica tradicional. Logo depois, debate as premissas e os desdobramentos de uma concepção dialógica para o movimento humano, considerando as contribuições da Fenomenologia e valorizando a mútua determinação entre as figurações relacionais e substanciais do movimento humano.
Palavras-chave: Movimento; Educação do movimento
Professor Emérito da Universidade de Hannover, Alemanha.
Doutor em Filosofia pela Universidade de Boon.
Perspectiva. Florianópolis,v.21, n.01, p. 249-267, jan./jun.2003
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Andréas H. Trebels
1 Introdução
No campo das Ciências do Esporte encontramos a prevalência de uma perspectiva que compreende o movimento humano de forma estritamente objetivista e, sempre que possível, totalizadora. As análises do movimento vinculam-se ao paradigma empírico-analítico, remetendo-se a conceitos da Física e estruturando-se na relação de causa-efeito. A violência deste olhar disciplinar é tão grande que ele não apenas procura delimitar os movimentos esportivos, mas procura adequar-se, também a objetos mortos e inanimados. Com isso, a teoria do movimento nas Ciências do Esporte geralmente define o movimento como deslocamento de posição no tempo e no espaço que, por sua vez, são categorias também vistas mecanicamente. Isso garante, segundo o paradigma empírico-analítico, a objetividade e a cientificidade da abordagem.
Há muito tempo se discute se tal perspectiva coloca em primeiro plano uma ciência voltada para o humano. Dito de outra forma colocase em questão se por meio de uma abordagem das Ciências Naturais
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