Fronteiras e identidade sexual
Se pensarmos que a identidade é algo que construímos com o as vivências talvez possamos explicar a importância que é dada à intimidade como reveladora de identidade. Uma pessoa que se diz homossexual não significa apenas que possui uma identidade sexual, e esse identidade que difere dos padrões normativos acaba sendo motivo para exclusão dessas pessoas. Essa exclusão gerou a necessidade de criação de territórios de interação onde haja reconhecimento entre os frequentadores. Segundo o movimento gay esses territórios são paradoxais pois ao mesmo tempo que possuem um papel de reconhecimento entre o grupo, são espaços marginalizados. A luta do movimento é por visibilidade defendendo que as práticas homoeróticas não fiquem confinadas a esses locais. Em alguns casos esses territórios são locais de isolamento. Na medida em que há um interesse pela revelação da identidade, locais como saunas, banheiros públicos e clubes tornam-se formas de proteção. Para Zygmunt Bauman essa necessidade de proteção de uma identidade é explicada pois essas identidades anormativas são classificadas como subclasses e a partir delas a inserção do indivíduo em outros grupos é prejudicada por pré-conceitos. Fica claro como a vida pública se relaciona diretamente com a vida privada e através do diálogo e de construção de identidades mais valorizadas será possível romper essas fronteiras.
Referências Bibliográficas:
BARRETO, Rafael C., Nas fronteiras do arco íris: territórios de sociabilidade gay no Rio de Janeiro
ENCE/IBGE, 2010.
FERRARI, Anderson., Revisando o passado e construindo o presente: o movimento gay como espaço educativo., UFJF.