Freud - a provocação do ateísmo psicanalítico
BACHARELADO EM TEOLOGIA
FREUD: A PROVOCAÇÃO DO ATEÍSMO PSICANALÍTICO
FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Carlos Eduardo
Marcio Gomes
Ronaldo Marinho
Smith Marques
Profª Josina Paulina
Rio de Janeiro
Junho de 2011
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2. O QUE É SER PAI? 4
21. Três versões do pai. 4
3. CRITICA FREUDIANA À CRENÇA EM DEUS. 6
31. Ateísmo como Satisfação-de-Desejo Edipiano 9
32. O Complexo de Édipo 9
4. CONCLUSÃO 11
5. BIBLIOGRAFIA 13
1. INTRODUÇÃO
Na condição de um “incredulous Jew”, Freud não aceitava que a psicanálise fosse considerada uma ciência judaica. Contudo, fez questão de tornar claro que se fosse o caso de ligarem sua descoberta ao espírito judeu, não teria motivos para se envergonhar nem tampouco para se sentir mais orgulhoso. Em relação à causa judaica, declarou que seu único serviço foi o de justamente nunca ter renegado sua origem, bem como nunca ter perdido a solidariedade para com seu povo. Por outro lado, Freud afirmou também, ter sabido tirar partido dessa origem para sustentar uma firme oposição à “maioria compacta” , a fim de defender a originalidade de suas descobertas. (Freud, 1926).
No entanto, Freud foi igualmente um filho legítimo do Iluminismo e, em sua aposta na ciência, esse “judeu inteiramente ateu” (Freud, 1909/1939), encarou a religião como uma ilusão sem futuro e como a contrapartida da neurose que todo homem atravessa no caminho compreendido entre a infância e a maturidade. Atribuiu ao desamparo (Hilflosigkeit) infantil a fonte última de toda religião, defendendo com veemência este ponto de vista em inúmeras oportunidades.
Em carta dirigida a Putnam, Freud sublinha que “o Deus justo e a natureza benevolente são apenas as mais nobres sublimações de nosso complexo parental”. Dirigindo-se a Jung, assinala que, na impossibilidade de imaginar um mundo sem pais, o homem cria as “piores falsificações antropomórficas da imagem do universo de que podia tornar-se