Freud Explica
Com receio de que o novo parceiro desista da relação, muitas mulheres passam a dar mais atenção ao namorado do que ao próprio filho, fruto de uma união anterior. E o resultado dessa negligência pode causar sequelas devastadoras na vida de uma criança, especialmente na das mais novas, muito dependentes e ligadas à figura materna.
“O medo feminino é pertinente”, diz a psicopedagoga e terapeuta familiar Edith Rubinstein, coordenadora do Centro de Estudos Seminários de Psicopedagogia, espaço para formação continuada de profissionais, em São Paulo (SP). Porém, por conta dessa dificuldade em se dividir nos papéis de mãe e companheira, várias mulheres que se separam com filhos pequenos ficam muito tempo sem namorar. Para algumas, não há dilema: o filho vem em primeiro lugar e pronto. Mas nem sempre é assim.
Segundo a psicóloga clínica Susana Orio, outra forma de negligência acontece quando mães separadas dão mais atenção aos filhos do segundo casamento do que para os nascidos da sua primeira união. Seja qual for o caso, é importante tentar preservar as emoções infantis.
“Quando a mãe ou o pai decidem formar uma nova constituição familiar, devem tomar muito cuidado para isso não confundir nem abalar a criança. É preciso explicar a situação com clareza e, principalmente, ouvir o que ela tem a dizer, sem recriminações”, declara Susana.
Reflexos na vida adulta
As crianças que não são prioridade na vida de seus pais, sejam separados ou não, têm mais desafios para enfrentar na vida escolar, o que também costuma afetar sua autoestima. “Não se trata apenas de tirar notas boas. Quando a criança não vai bem na escola, o problema repercute em sua vida futura, pois ali é espaço para socialização também. Se não está bem ajustada na escola, também não se ajusta socialmente
Além disso, ao perceber que está em segundo lugar, a criança se ressente e, em geral, torna-se carente de