Frazer
HZ161 – Antropologia I
Relatório de leitura V
FRAZER, James George. O escopo da Antropologia Social.
O autor inicia sua obra dando atenção à definição de Antropologia Social visando-a como uma um “departamento particular’’ da Sociologia. Há certo diálogo com a obra de Morgan no que se refere ao “crescimento da civilidade em função do tempo”, como sendo “a selvageria a condição primeira e primitiva da humanidade”, deixando claro que o autor possui tal conhecimento da obra, afirmando “Nessa descrição da esfera da Antropologia Social, está implícito que os ancestrais das nações civilizadas um dia foram selvagens, e que transmitiram – ou podem ter transmitido - a seus descendentes mais cultos ideias e instituições que, embora incongruentes com contextos subseqüentes, estavam perfeitamente de acordo com os modos de pensamento e ação da sociedade mais rude na qual se originaram. Em suma, a definição pressupõe que a civilização, sempre e em toda parte, tem evoluído a partir da selvageria”. Frazer divide a Antropologia Social em dois departamentos, sendo o primeiro deles o “estudo da selvageria’’ e o segundo o “estudo do folclore’’, afirmando que: “um abrange os costumes e crenças dos selvagens, enquanto o outro inclui aquelas relíquias desses costumes e crenças tal como sobreviveram no pensamento e nas instituições de povos mais cultos”. O autor inova algumas ideias ao relativizar a visão de sociedade primitiva, explicando que elas não são iguais as primeiras civilizações humanas, mas relativa quando empregada às sociedades contemporâneas. Um trecho que suporta tal visão: “Mesmo o mais selvagem dos selvagens de hoje é, sem dúvida, um ser altamente desenvolvido e culto, já que todas as evidências e todas as probabilidades estão a favor da ideia de que toda raça existente de homens, da mais rude à mais civilizada, alcançou seu presente nível de cultura, seja ele alto ou baixo, apenas após um lento e doloroso progresso