Resenha do livro O Ramo de Outro, de James Frazer.
1658 palavras
7 páginas
Na obra, o autor fala sobre a origem dos mitos e ritos folclóricos da humanidade, mostrando a evolução do pensamento humano através dessas manifestações culturais. O cenário mítico é Nemi, perto de Roma, onde se ritualizava num bosque o culto a deusa Diana. Frazer faz um extenso estudo comparativo do folclore de vários povos primitivos e civilizações antigas, defendendo a teoria de que o pensamento humano trabalhou primeiro com o mágico depois evoluiu para o religioso, e em seguida racionalizou essas manifestações, alcançando o pensamento científico. Segundo a lenda que serviu de tema para a inspiração de Frazer, o ramo de ouro, símbolo da imortalidade, brotava de uma árvore situada em um bosque sagrado dedicado à deusa Diana, a virgem, guardiã das florestas. Mas essa árvore era guardada, dia e noite, por um sacerdote guerreiro, que dedicava toda a sua vida a preservar esse símbolo sagrado. Este sacerdote era uma pessoa sem descanso, pois sabia que se relaxasse, alguém o mataria e tomaria o seu lugar. Ao responder as perguntas de porque o sacardote tinha que matar seu prodecessor, e do porque deveria, primeiro, colher o ramo de ouro da árvore, ele mostra que os mitos da criação, em todas as lendas antigas que se voltam para esse tema tem um mesmo modelo. Da mesma forma a noção do deus morto e regenerado para a salvação do grupo é uma estrutura do pensamento primitivo que tem a ver com o simbolismo da natureza em seus ciclos regenerativos. Frazer também se liga aos ciclos de poder na estrutura das sociedades antigas, no sentido que é somente pela morte do rei anterior que o novo rei pode assumir. Por isso, o ciclo morte-regeneração-ressurreição assume esse modelo no inconsciente coletivo da humanidade e é reproduzido em todos os rituais celebrados pelos povos antigos. Dessa forma, as cerimônias místicas que eram realizadas em todos os lugares e em todos os povos que celebravam de suas próprias maneiras seus rituais, tinham sempre em comum o