Resenha da Obra Aula, de Roland Barthes (1977)
1037 palavras
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Chama de imediato a atenção na obra de Barthes, quando ele sugere a partir da aula inaugural da cadeira de semiologia literária do colégio de França questões, onde, a compreensão do processo de poder da linguagem no uso cotidiano é de muita importância a todos nós usuários da mesma, tanto aos intelectuais quanto aos menos favorecidos intelectualmente, com o intuito de que se possa refletir sobre a maneira mais adequada de analisá-la, de forma que a linguagem seja mais significativa. É importante considerar que Barthes coloca o discurso como um desafio ao leitor, pois, ele apresenta uma forma tanto de servidão quanto de poder. Somos mestres, usuários, e também escravos da língua, nos submetemos a classes gramaticais e normas da mesma. Mostrando-nos que o poder da língua e a sua aprendizagem é mais do que só decifrar signos, é também submissão a exigências, que diversas vezes alimentam uma ilusão de compreensão. Na obra, a lingüística é corretamente comparada com a economia, que segundo o autor por um lado esta atraída por um pólo formal e seguindo essa inclinação, como a economia, mas que por outro lado se enche de conteúdos cada vez mais numerosos e mais afastados do seu campo original, da mesma forma como a economia se encontra hoje em todas as partes (político, social, cultural), e assim Barthes acredita que a lingüística se desconstrói, e essa desconstrução ele chama de semiologia. A dificuldade de domínio da língua pelos alunos, especialmente em relação à compreensão de textos para leitura, interpretação, e organização das idéias por escrito, levou a uma nova discussão da metodologia aplicada em sala de aula. O impacto dessas mudanças, ou seja, a adequação da leitura e da escrita levou a incorporação de práticas sociais ligadas a elas em que as pessoas se envolvem através do seu contexto social. O autor entende por literatura como sendo a prática de escrever. Ele defende a literatura, acreditando que se todas as disciplinas fossem expulsas