FRACASSO ESCOLAR E EXCLUS O SOCIAL
Izumi Nozaki**
Tatiane Lebre Dias***
Ana Cirlene Ferreira****
Introdução
Neste momento histórico da globalização mundial da economia em que todos os países seguem a regra de empregar funcionários mais qualificados, sabe-se que, no Brasil, pelo menos 52% da população não possuem o requisito mínimo para disputar uma vaga no mercado formal de trabalho.
Considerando que a questão da qualificação profissional passa evidentemente pelo analfabetismo funcional do adulto e também pelo fracasso escolar infantil, focalizar a exclusão social transportada pelas vias da evasão e repetência escolar tornou-se objeto importante de estudo.
Segundo o Censo de 1991 do IBGE, existem cerca de 29,4 milhões de indivíduos analfabetos no Brasil, o que, segundo Haddad, coloca o Brasil entre os países com maiores taxas percentuais de analfabetismo. Quanto ao índice de reprovação nas 1ªs séries do 1º grau das escolas públicas brasileiras, apesar da democratização dos estudos e do acesso à escola, este se mantém desde 1980 em torno de 50%, e como é bem sabido, estes números referem-se, em sua maioria, a crianças de zonas rurais e periféricas dos centros urbanos, ou seja, de classes sociais economicamente desfavorecidas.
Com a democratização do ensino, a Constituição Brasileira, em seu artigo 108, parágrafo 1º, defendeu a garantia, a todo cidadão, de acesso ao ensino fundamental obrigatório e gratuito. No entanto, cerca de 4 milhões de crianças entre 7 a 14 anos encontram-se fora da escola; 1,7 milhão de crianças evadidas das escolas públicas do 1º grau; e 50% de crianças, em sua maioria, oriundas de classes baixas, são reprovadas todos os anos.
Em referência à América Latina, segundo a UNESCO, o Brasil é o país que tem o menor percentual de alunos concluídos no Primeiro Grau. Enquanto a Bolívia aprova 64%, o Peru 70%, a Venezuela 73% e o Uruguai 86%, no Brasil, apenas 33% dos alunos concluem o Primeiro Grau.
Em se tratando de Cuiabá, os índices de repetência