Desigualdades na Ecola
- O papel da Orientação Escolar –
As origens e as consequências das desigualdades sociais constituíram desde sempre um dos debates principais nas sociedades modernas, preocupação que encontrou na sociologia uma forte receptividade constituindo-se como uma das suas problemáticas centrais. Não admira que não sociologia da educação tal processo também se tenha desenvolvido, embora com características diferentes, resultantes do desenvolvimento dos sistemas educativo e do próprio debate teórico. Após o impulso inicial de Émile Durkheim no primeiro quartel do século XX é apenas a partir dos anos 50 que o interesse sociológico pelos fenómenos educativos se estabelece e que a problemática das desigualdades sociais no acesso à educação se transforma no elemento central do debate educativo.
Com o fim da II Guerra mundial deu-se início a uma nova fase para o desenvolvimento dos sistemas educativos das sociedades industrializadas. O acesso à educação constituiu-se como um direito fundamental e também necessário a todos os cidadãos, independentemente da sua origem social. O alargamento da base social de recrutamento dos sistemas de ensino a partir da década de 50, primeiro à classe media e depois ás classes populares, a aposta num tipo de escola que realizasse uma escolarização de massas através de um ensino uniforme são fenómenos que encontram a sua base em alterações profundas dos princípios ideológicos que estiveram subjacentes ás politicas educativas durante séculos.
A desigualdade no acesso à educação, fundamentada pela aceitação generalizada dos privilégios de classe dá lugar a princípios políticos de igualdade de oportunidades para todos, da democratização e pela ideologia meritocrática. Ao mesmo tempo e na sequência do que anos mais tarde Boudon (1981) designa por uma politica voluntarista, à educação é dado o papel de veículo de combate às desigualdades sociais.
Contudo, a