Formação economica do Brasil
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Capítulo XXI – O Problema da mão-de-obra I. Oferta Interna Potencial. O capítulo é iniciado com uma discussão da inelasticidade da mão-de-obra escrava no Brasil. Diferentemente do que ocorria nos EUA, os índices de crescimento vegetativo da massa escrava brasileira não raro era negativo, ou seja, o índice de mortalidade superava o de natalidade. Ao passo que nos EUA tendia-se a estimular a reprodução natural da mão-de-obra escrava, sobretudo nas colônias do Antigo Sul, e realizar-se então um comércio interprovincial de mão-de-obra, no Brasil as condições de vida deveriam ser muito mais precárias para explicar a diminuição da população escrava ao longo do tempo; Furtado acredita, inclusive, que a pressão sobre o negro tenha aumentado após a extinção do tráfico, já que a redução da oferta de escravos aumentara-lhes os preços, fazendo com que os proprietários tivessem de extrair mais força de trabalho dos escravos que já possuíam, dado que não podiam adquirir outros. Assim, a problemática da oferta de mão-de-obra colocou-se premente na segunda metade do século XIX no Brasil, tanto mais porque a expansão da economia nacional fazia-se apenas extensivamente, pela incorporação do único fator abundante, a terra, o que requeria continuamente mais mão-de-obra. Furtado discute, então, por que não se podia aproveitar a mão-de-obra livre existente no país. Esta era formada fundamentalmente por dois setores sociais: os livres que se encontravam na agricultura de subsistência e aqueles que se encontravam no meio urbano. Os indivíduos livres que trabalhavam na agricultura de subsistência, dada a estrutura de divisão de terras no Brasil, tendiam a trabalhar não apenas para si nas roças, a partir das quais obtinham os alimentos necessários à sua manutenção, mas tinham vínculos com um todo social maior. Como as terras em que se encontravam geralmente pertenciam a um proprietário que não eles próprios (notar, no entanto, que dada a abundância de terras, não chegavam a pagar rendas