Formação do Professor de Literatura
Ezra Pound inicia o ensaio, A Missão do Professor , com a sua célebre frase: “os artistas são as antenas da raça”, tentando com isso, chamar atenção para a importância dos artistas para um povo, um país, um estado etc. Dentro do conjunto “artistas”, dá um lugar de destaque para os escritores, pois acredita que estes seriam “os voltímetros e os monômetros” da vida intelectual de uma nação, logo, para ele, não seria possível a existência de um Estado forte com uma Literatura fraca.
Por conta dessa crença, quase religiosa, no valor da Literatura para a humanidade, a preocupação com aqueles que tem a missão de transmitir o conhecimento literário, i.e, com o professor de Literatura, será uma constante no pensamento do poeta. Pound sempre foi bastante severo em suas críticas à educação, de modo geral, e aos literatos acadêmicos, de modo específico; nunca perdoou a mediocridade intelectual daqueles que se propõe a ensinar algo, e um exemplo disso está na sua própria história: Pound protagonizou várias brigas com os acadêmicos do seu país (E. U. A), tanto que optou por um “exílio voluntário” na Inglaterra, além disso, grande parte da sua conhecida erudição (foi poeta, crítico de arte, tradutor de várias línguas etc.) deve-se mais aos seus esforços autodidatas do que aos estudos formais propriamente ditos.
Pound ataca duramente o academicismo literário, inferindo que este está cheio de jargão, preconceitos e conservadorismo, e defende uma “revolução” que deveria estar ancorada nas ideias das ciências biológicas: exame e comparação entre as espécies. Com isso, ele acreditava que os estudos literários seriam bem mais ancorados nas obras de vários autores do que na “opinião de uma pessoa qualquer a respeito do relevo de um poeta ou autor.” Um exemplo desta postura poundiana pode ser encontrado no seguinte trecho:
O mais humilde professor de uma escola elementar PODE CONTRIBUIR para educação nacional desde que recuse deixar