Formação docente
Ana Meires Silva Santos 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Pensando nos processos metodológicos de como desenvolver este projeto, pretendemos discorrer sobre o conceito de literatura, incorporando a ele pressupostos de instabilidade e movência, tendo em vista que o que se considera literatura tem se alterado no tempo e no espaço.
Compagnon (2001), no livro “O Demônio da Teoria”, no capítulo I em que se dedica a este conceito, fala da relação do texto literário com seis outras noções: “a intenção, a realidade, a recepção, a língua, a história e o valor”. Segundo ele, o nome literatura é certamente novo, datada do início do século XIX. O autor elabora um debate sobre o conceito e a natureza da literatura, contribuindo significativamente com essa temática à medida que traz à tona elementos históricos e conceituais dessa arte, que segundo ele, é de grande importância para a formação humana, além de fazer um percurso significativo sobre leitura e formação leitor.
Esse autor defende que anteriormente a literatura, conforme a etimologia, eram a escritura, a erudição ou o conhecimento das letras.Segundo ele, Roland Barthes renunciou a uma definição dessa disciplina, contentando-se com esta brincadeira: “A literatura é aquilo que se ensina, e ponto final. Foi uma bela tautologia, mas pode-se dizer outra coisa, Literatura é literatura?” (COMPGNON, 2001, p.30). Ou seja, Literatura é o que se chama aqui e agora de Literatura. O que se considerou literatura no século XVIII, por exemplo, com o Iluminismo, que primou por pressupostos de racionalidade, diferencia da concepção de literatura do século XIX, que a associava a imaginação e a subjetividade.
Continuando sua reflexão sobre o conceito de literatura, Compagnon (2001) diz que no sentido mais amplo, literatura é tudo o que é impresso (ou mesmo manuscrito), são todos os