Formacao economica do brasil
Capítulo 2 - A Crise do Antigo Sistema Colonial 1.Estrutura e Dinâmica do Sistema A colonização como sistema Para entender a crise, segundo Novais, é preciso entender o próprio sistema colonial. O Sistema Colonial, para o autor, consiste no conjunto das relações entre metrópole e colônia, sendo o período entre o Renascimento e a Revolução Francesa denominado Antigo Sistema Colonial. O sentido à colonização europeia é dado através do sistema colonial do mercantilismo. Para esse estudo as relações coloniais são entendidas a partir da legislação ultramarina das potências colonizadoras e também pelo comércio entre elas, além das relações políticoadministrativas a qual faziam parte. Com o intuito de posicionar e definir a função do colonialismo mercantilista, Novais inicia sua análise através da tentativa de compreender as bases do mercantilismo, doutrina econômica e política vigente na Europa no período analisado. Uma das características principais de tal doutrina consistia no metalismo (o nível de riqueza de um país seria medido pela quantidade de metal que este possuía). Outra linha dessa política, necessária para entender a colonização, é que os lucros seriam gerados pela circulação. Daí, tem-se a ideia de balança favorável e do protecionismo. Para ele, "o mercantilismo não é, efetivamente, uma política que vise ao bem-estar social, como se diria hoje; visa ao desenvolvimento nacional a todo custo" (página 61). No que tange a teorização das funções das colônias, é preciso observar que as mesmas deveriam ser a "retaguarda econômica da metrópole", auxiliando-a em seu desenvolvimento. Ou seja, as colônias tinham como papel fornecer reservas para que as metrópoles pudessem colocar em prática a doutrina mercantilista e possuírem, assim, condições de competir com outras nações. Nas palavras do autor, "as colônias garantiriam a autossuficiência metropolitana, meta fundamental da política