Florence N
Maria Magalhães Aguiar; Jorge Alberto Bernstein Iriart
Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil
Correspondência
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar práticas e significados atribuídos à saúde e à doença pela população em situação de rua em Salvador, Bahia, Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo de enfoque antropológico com realização de observação participante e entrevistas semi-estruturadas com 13 indivíduos entre 30 e 66 anos. Os resultados apontam que as condições de vida e saúde deste grupo são muito precárias, sendo a violência sobressalente nas narrativas. Os principais problemas de saúde foram o abuso de substâncias psicoativas, HIV/AIDS, transtornos mentais, problemas odontológicos, dermatológicos e gastrointestinais. A saúde foi associada, entre outros significados, à capacidade de resistir ao cotidiano de dificuldades, enquanto a doença vinculou-se ao estado de debilidade impeditivo de lutar pela sobrevivência. Os serviços de saúde são procurados em situações graves e urgentes. Conclui-se pela necessidade de políticas específicas visando garantir condições de vida adequadas e acesso à saúde para esta população.
Sem-Teto; População de Risco; Diagnóstico da Situação em Saúde; Antropologia
ABSTRACT
This article aimed to analyze the practices and meanings associated with health and illness among homeless people in Salvador, Bahia State, Brazil. A qualitative anthropological study was conducted with participant observation and semi-structured interviews with 13 subjects 30 to 66 years of age. The results point to extremely precarious living and health conditions among the homeless. The narratives emphasize frequent violence. The main health problems were substance