Flexivel
De todos os modos de produção que caraterizaram a história da humanidade o capitalismo é, sem dúvida, o mais maleável - entre crises, sistemas de governo e revoluções tecnológicas, o capitalismo transformou a si próprio sempre com a intenção de se adaptar e sair fortalecido dentro de uma nova realidade.
O século XX testemunha tal maleabilidade: Da primeira guerra mundial à globalização, o mundo passou por diversas crises, regimes totalitários e manifestações populares. O capitalismo, no entanto, continuou sendo capitalismo e chegou aos nossos dias na forma chamada “flexível”. O “capitalismo flexível” ataca a burocracia e a rotina, exige agilidade do trabalhador e que este esteja aberto a mudanças e disposto a assumir riscos. Pôs um fim na carreira, uma vez que desvia o empregado de um trabalho para o outro. Este quadro gera ansiedade, uma vez as pessoas não sabem que caminho seguir e se os riscos serão compensados.
A palavra Flexibilidade deriva da observação de que os galhos de uma árvore se dobram ao vento, mas sempre voltam à posição normal. Logo, Flexibilidade designa essa capacidade de ceder e recuperar-se da árvore. Comparativamente o comportamento humano flexível deve ser adaptável a circunstâncias, entretanto não quebrado por elas. O capitalismo flexível cria instituições maleáveis e flexíveis, mas tal flexibilidade concentra-se mais nas forças que condicionam as pessoas.
O novo capitalismo criou um novo sistema de controle que se estrutura em três elementos: reinvenção descontínua das instituições, especialização flexível da produção e concentração de poder sem centralização.
Reinvenção descontínua das instituições - podemos dividir as mudanças em dois tipos: em um a mudança ocorre mantendo uma continuidade com o que veio antes. No outro há um rompimento com o passado envolvendo aspectos que mudam nossas vidas de forma irreversível. Sennet cita, por exemplo, a comunhão:
Quando recebemos a