fisiopatologia da doença celiaca
Diversas circunstâncias como infeções entéricas, cirurgias ou defeitos de regulação da zonulina (uma proteína implicada na abertura das junções celulares) podem tornar a barreira epitelial vulnerável. Deste modo, os péptidos resultantes da hidrólise incompleta do glúten poderiam ser transportados até à lâmina própria via paracelular e entrar em contacto com as células apresentadoras de antigénios (APCs) [7]. Apesar da existência de alguma evidência sobre o transporte do glúten até à lâmina própria, ainda não se compreende inteiramente como é que este se processa [13]. Está demonstrado que o glúten pode atravessar a barreira epitelial através de junções celulares defeituosas [10] e, recentemente, a via transcelular também foi envolvida, ao comprovar que o péptido α2-gliadin-33mer se translocava até à lâmina própria através de um processo de transcitose mediado pelo Interferãoγ (INFγ) [25].
Por último, um estudo com biópsias duodenais de pacientes celíacos sugeriu que os próprios anticorpos IgA contra epítotos do glúten poderiam formar complexos no lúmen intestinal com os péptidos de gliadina, auxiliando a sua passagem por retrotranscitose (desde a região apical até à região basal do epitélio) mediada pelo recetor de transferrina CD71 [26]. Contudo, ainda não existe evidência de que este processo ocorra in vivo [10].
Na lâmina própria, os péptidos resultantes da digestão