doença celíaca
- A primeira alusão à doença celíaca (DC) remonta ao ano 200 da era cristã, mas foi só em 1888 que foi descrita nos termos atuais.
- Em meados do século vinte o glúten foi identificado como agente causador.
- É uma doença autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, em indivíduos com pré-disposição genética.
- Caracteriza-se por inflamação crônica da mucosa e submucosa do intestino delgado.
- A fisiopatologia da DC é complexa, resultando da interação entre fatores ambientais, genéticos e imunológicos.
Fatores ambientais
- O glúten é o fator indutor da doença.
- Trata-se de uma proteína existente em diversos cereais, constituída por gluteínas e prolaminas.
- As prolaminas tóxicas encontram- se no trigo (glaiadinas), cevada (hordeina) e centeio
(secalina).
- Estes peptídeos são resistentes à digestão pelas enzimas gástricas e pancreáticas e alcançam a lâmina própria do intestino delgado.
Fatores genéticos
- Cerca de 90-95% dos doentes expressam genes classe II DQ2.
- Contudo, o gene DQ2 é comum na população em geral, de forma que apenas uma pequena proporção virá a desenvolver doença celíaca.
- Pensa-se que este fenómeno ocorre por desregulação da resposta imunitária, eventualmente relacionada com outros mecanismos genéticos subjacentes, citocinas ou agentes infecciosos, ainda não esclarecidos.
- Outro fator que pode contribuir para o aparecimento da doença é um defeito no gene regulador de linfócitos T
Fatores imunológicos
- A DC caracteriza-se por uma resposta imunitária anormal aos peptídeos derivados da gliadina e da glutenina.
- Os linfócitos T sensíveis reconhecem múltiplos epítopos do glúten, mediante apresentação através das moléculas DQ2 e DQ8.
- Os linfócitos ativados proliferam e produzem diversas citocinas pró-inflamatórias, responsáveis pela estimulação de células T citotóxicas, promoção de infiltrado celular e produção de enzimas que lesam a matriz extracelular.
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