Fisica no ensino medio
Eduardo Adolfo Terrazzan Centro de Educação - UFSM Santa Maria - RS Neste texto sugerimos parâmetros para o desenvolvimento de atividades dirigidas à inserção de conteúdos de física moderna e contemporânea no ensino de 2º grau.
I. Introdução
Os nossos currículos de física, em termos de 2ºgrau, são muito pobres e todos muito semelhantes. Usualmente a física escolar é "dividida" em temas como Mecânica, Física Térmica, Ondas, óptica e Eletromagnetismo. A mesma seqüência que é ditada pelos manuais de física destinados a esse nível de ensino. Esta é apenas uma das possíveis divisões. Há outras, a dependendo critério utilizado. E aqui reside um ponto extremamente importante, qual seja, explicitar sempre o critério utilizado ao se propor uma seleção e uma divisão de conteúdos, de modo a justificá-las. Infelizmente, não encontramos justificativas, ao menos explicitas, para essa divisão. Na verdade, ocorre que até o momento continuamos a seguir a mesma seqüência ditada pelos manuais estrangeiros de ensino de f1sica utilizados no século passado. Dessa forma, as variações em torno dessa divisão, eventualmente adotadas no ensino da física em nossas escolas de 2º grau, são sempre pequenas e mantêm excluída, na prática, toda a física desenvolvida neste século. Na verdade, a prática escolar usual exclui tanto o nascimento da ciência, como a entendemos, a partir da Grécia Antiga, como as grandes mudanças no pensamento científico ocorridas na virada deste século e as teorias daí
* Trabalho apresentado na V Reunião Latino Americana de Educação em Física, Porto Alegre (Gramado), Brasil, 24 a 28 de agosto de 1992.
Cad.Cat.Ens.Fís., Florianópolis, v.9,n.3: p.209-214, dez.1992.
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decorrentes. A grande concentração de tópicos se dá na física desenvolvida aproximadamente entre 1600 e 1850. Além disso, dificilmente se cumpre toda essa programação. É comum os programas mais