Finitude humana: a perplexidade do homem diante da morte
Anderson Santana Cunha1
Resumo: O fim da vida humana é alvo de estudo de um grande número de publicações científicas recentes. Isso pode ser justificado pelo crescente interesse da abordagem desse tema no campo da medicina legal e da bioética, embora estudos de cunho antropológico já apresentassem consideráveis contribuições para essa discussão. Para que possamos começar a compreender alguns aspectos dessa questão tão ampla acerca da morte propomos neste trabalho traçar algumas definições iniciais e comentar três grandes filósofos que pensaram sobre esse assunto. Inicialmente apresentamos algumas definições de “morte” coletadas em dicionários de Filosofia. Em seguida, apresentamos três visões sobre o tema: a de Epicuro (341 a. C. – 271 a. C.), para quem a morte nunca nos encontrará, por isso não é preciso temê-la; a visão de Russell (1872 – 1970), que concebe a morte como o fim absoluto do ser humano; e, por fim, a visão existencialista de Sartre (1905 – 1980) que apresenta o absurdo da existência, e consequentemente do próprio evento da fúnebre. Conclui-se o ensaio com uma breve discussão sobre alguns aspectos mais concretos do tema, abordando a possibilidade de compreendermos, a partir dessa reflexão sobre a morte desenvolvida nesse artigo, o valor inestimável da vida humana. Palavras-chave: Morte. Vida. Epicuro. Russell. Sartre. Abstract: The purpose of human life is the subject of study of a large number of recent scientific publications. This might be explained by the growing interest in addressing this issue in the field of legal medicine and bioethics, although anthropological studies already produced significant contributions to this discussion. So we can begin to understand some aspects of this issue so broad about death, we propose in this paper to draw some initial definitions and comment on three great philosophers who have thought about this. First we present some definitions of "death"