Filosofia
A primeira questão com efeito é saber como podemos continuar alguma espécie de vida depois que nosso corpo morreu, que ele permanece na terra; e logo este corpo terá desaparecido, todos os seus elementos se perdendo na terra ou no ar.
Nestes últimos anos muitos livros falam de experiências da "vida depois da morte". Médicos americanos até mesmo publicaram teses sobre este assunto. De acordo com testemunhos recolhidos nesses livros certas pessoas doentes, muitas vezes em fase pós operatória, num estado muito crítico, morrem e isso é constatado biologicamente. E depois de algum tempo percebemos que elas retomam a vida. E elas foram interrogadas para saber o que experimentaram no tempo em que pareciam mortas. Ficamos espantados ao constatar uma grande semelhança. Em geral essas pessoas experimentaram uma existência fora de seu corpo que podiam contemplar como espectadores. E o que revela a maioria daqueles que fizeram essa experiência é que eles tiveram uma confrontação com um ser luminoso e misericordioso. A imagem e identidade deste ser variam mas ela é tanto menos precisa quanto as pessoas sejam pouco ou nada crentes. E entretanto, a confrontação com um julgamento misericordioso, com uma bondade, parece a mesma.
É preciso reconhecer no entretanto, seja qual for o interesse e o valor destes testemunhos, que eles se relacionam com uma experiência "nas fronteiras da vida e da morte". Com efeito, todas essas pessoas recomeçaram a viver como nós e é por isso que elas podem falar. Assim, podemos pensar que o Ser misterioso deste encontro "talvez lhes tenha dado um aviso, feito uma interrogação, dado uma nova chance, um estímulo para viver a bondade e o bem; mas se trata da retomada, da continuação idêntica da mesma vida que essas pessoas tinham anteriormente entre nós".
Há portanto algo a talvez aceitar desses testemunhos: nos limites extremos da vida do corpo pode se