FILOSOFIA
Ética não tem nada a ver com a crença ou descrença em Deus. Portanto é um disciplina puramente humana. Não há diferença entre uma ética ateísta, teísta, deísta, panteísta ou o que seja. A ética não faz nenhuma consideração a respeito de divindades. Apenas trata do que deve ser considerado certo ou errado, bom ou mau, isto é, dos critérios para se estabelecer a qualidade de uma ação em termos de ser um bem ou um mal. Foram as religiões que se apropriaram da ética e formularam a noção de Deus em atendimento a seus princípios. Esta, certamente, é uma visão puramente antropológica das religiões, mas, eu pergunto: há alguma outra válida? Em outras palavras, não é porque é da vontade de Deus que algo seja certo ou errado, mas a dita vontade de Deus é que foi inventada como sendo coerente com o que seja certo ou errado, ou, pelo menos, com o que os que a inventaram consideraram que fosse.
Falando de bibliografia, recomendo os livros “Moral”, de Bernard Williams e “Ética” de Dwight Furrow, para um apanhado sobre o tema, inclusive abordando a ingerência da religião na moral e na ética (que são conceitos distintos, apesar de correlatos). Dentre os clássicos, para quem queira ficar inteirado do tema, é importante a leitura da “Ética a Nicômaco”, da Aristóteles, “Os Deveres”, de Cícero, “Ética”, de Espinoza, “Indrodução aos Princípios da Moral” de Bentham, “Utilitarismo”, de Stuart Mill, “Princípios Éticos”, de Moore e, sob um prisma mais prático, certamente os “Ensaios” de Montaigne.
Esqueci de mencionar as obras de Kant: Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Crítica da Razão Prática e Crítica do Julgamento, bem como de Hume: Tratado da Natureza Humana (livro 3) e Investigação sobre os Princípios da Moral.
ERNESTO VON