Filosofia e educação
“O homem é um animal diferente. Só ele tem consciência de si próprio e da realidade, pode refletir sobre isto e, também, agir sobre si, transformando-se, e sobre a realidade exterior, criando cultura e mudando as circunstâncias. Não é apenas o fato de raciocinar, de ter um sistema nervoso mais complexo, mas, principalmente, o fato de poder opor o polegar e ser capaz de manipular os objetos que o leva a se perceber como algo separado do mundo, embora inserido nele. Isto conduz a uma série de conseqüências, inclusive ao ato de filosofar.
Já que ele não se mistura com a natureza, embora faça parte dela e só se realize nela, ele levanta questões como “quem sou eu?”, “qual a minha origem?”, “qual o meu destino?”, etc.
A investigação filosófica, pois, consiste em tomar como objeto da consciência o próprio ato de consciência das coisas, é uma busca do significado imutável das coisas em si. Ela é uma atitude, um ato de reflexão e apreensão, metodicamente controlado.
Se ela é uma apreensão de algo que está além das aparências e do nível aparente do que é dito, consiste, portanto, em:
• um esforço intelectual do pensamento para a obtenção de uma resposta;
• uma análise metódica;
• uma interpretação teórica;
• uma reflexão sobre as possibilidades de certeza ou não dessa interpretação.
A filosofia busca, então, respostas, eleva-se, desenvolve-se, reflete-se, retoma, ao reconsiderar respostas anteriores. Ela não é uma conclusão a respeito de nada, mas, mais apropriadamente, uma colocação, um debate. Como diz Husserl: ‘a filosofia é, por essência, uma ciência dos começos verdadeiros, das origens radicais'. O filosofar é, portanto, próprio da natureza huma na. Que é isto? O que é o homem? Qual a sua humanidade?/.../ O legítimo filosofar é a tentativa de responder, pessoalmente, a