FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICOS
Tales de Mileto, no séc. VI a. C., é o iniciador do pensamento filosófico-científico. Este pensamento nasce basicamente de uma insatisfação com o tipo e explicação da realidade que encontramos nos mitos.
A tentativa dos primeiros filósofos será buscar uma explicação do mundo natural (a physis, daí o nosso termo “física”) baseada essencialmente em causas naturais, por isso eles são filósofos naturalistas. A chave da explicação do mundo estaria então, pare esses pensadores, no próprio mundo, e não fora dele, em alguma realidade misteriosa e inacessível. O mundo se abre, assim, ao conhecimento, à possibilidade total de explicação, portanto esse é o princípio do pensamento filosófico-científico.
O surgimento desse novo tipo de pensamento não significa o desaparecimento por completo do mito, do qual, aliás, sobrevivem muitos elementos mesmo em nossa sociedade contemporânea, em nossas crenças, superstições fantasias etc., isto é, em nosso imaginário. O mito sobrevive ainda que vá progressivamente mudando de função, passando a ser antes parta da tradição cultural do povo grego do que a forma básica de explicação da realidade.
É claro que essa mudança de papel do pensamento mítico e a perda de seu poder explicativo são resultado de um longo período de transição e de transformação da própria sociedade grega. Começam a surgir as cidades-Estado, nas quais haverá uma participação política mais ativa dos cidadãos, e uma progressiva secularização da sociedade. A religião vai tendo o seu papel reduzido, paralelamente ao surgimento de uma nova ordem econômica baseada agora em atividades comerciais e mercantis. O pensamento mítico, com seu apelo ao sobrenatural e aos mistérios, vai assim deixando de satisfazer às necessidades da nova organização social, mais preocupada com a realidade concreta, com a atividade política mais intensa e com as trocas comerciais. É nesse contexto que o pensamento filosófico-científico encontrará as condições favoráveis para o