filosofia da educação
O pensador genebrino, além de estabelecer uma filosofia rica, mas controversa, geradora de polêmicas, teve experiências de vida inusitadas, das quais não pôde se fazer imune, e até protagonizou, por outro lado, ações condenáveis. Ilustrativamente falando, ele perdeu a mãe 8 dias após o parto, foi criado a deus-dará, havendo sido abandonado pelo seu pai Isaac Rousseau que deixou Genebra quando ainda era criança. Além disso, casando-se e tendo 5 filhos, entregou-os à roda, sem hesitação. Entretanto, escreveu o grande Emílio ou da educação, obra motivada pelo reconhecimento e pelo amor devotado à infância, que muito lhe absorveu em sua vida. Essa se dedica, no geral, em pensar a construção da autonomia humana e conceder a esse ente a possibilidade de ingressar, no momento oportuno, em sua maioridade, estando aí apto a pensar por si mesmo e a conduzir-se retamente, ancorando no estado de plenitude.
Nosso alvo aqui, neste texto, consiste em recuperar alguns passos da reflexão de Rousseau no percurso desenvolvido por Emílio
LUGAR E PROPÓSITO DO LIVRO
O Emílio ou da educação, publicado por Rousseau na França em maio de 1762, um mês após o lançamento do Contrato social, se constitui numa obra representativa no quadro da produção do filósofo. Ele mesmo, ciente da dimensão de seus escritos, o definiu como seu “grande tratado”, tendo-o como seu livro mais importante. Matttew Simpson, trazendo elementos para uma polêmica, comenta que seu mérito teórico foi reconhecido pelos grandes filósofos que surgiram depois de Rousseau, mas que se