filogenese e ontogenese
Quando falamos em desenvolvimento humano podemos referir-nos ao desenvolvimento da espécie ou ao desenvolvimento do indivíduo. No primeiro caso reportamo-nos à filogénese; no segundo, à ontogénese. Estes dois conceitos estão relacionados, como se percebe ao analisar a sua origem etimológica.
A filogénese é o conjunto de processos de evolução dos seres vivos desde os mais elementares aos mais complexos; é o conjunto dos processos biológicos de transformação que explicam o aparecimento das espécies e a sua diferenciação. A filogénese é a história evolutiva de uma espécie, de um grupo específico de organismos. A ontogénese designa o desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até ao estado adulto: inicia-se com a embrigiogénese, continua no desenvolvimento pós-natal até à idade adulta. Há autores que estendem o conceito de ontogénese ao ciclo de vida do indivíduo definindo-o como o processo no qual o indivíduo se modifica no decurso da sua vida, desde a conceção até à morte.
• A lei da recapitulação
Nos finais do século XIX, princípio do século XX, vários investigadores entre os quais Ernest Haeckel, defenderam que o desenvolvimento embrionário dos vertebrados recapitularia as etapas da evolução. Deste modo, o desenvolvimento de um peixe pararia prematuramente, enquanto, por exemplo, o de um pássaro cumpriria as etapas posteriores. Haeckel formulou então a lei segundo a qual “a ontogénese recapitularia a filogénese”, quer dizer que, no decurso do seu desenvolvimento, o embrião reproduziria os estádios da evolução da vida das espécies. É a lei da recapitulação ontofilogenética: o desenvolvimento do embrião exprime, recapitula, etapas do desenvolvimento que correspondiam a estádios de evolução, da história filogénica das espécies.
A ontogénese seria, assim, determinada pela filogénese.
No primeiro estádio todos os embriões apresentam órgãos que se assemelham a guelras. No segundo, as guelras mantêm-se,