Filme Discurso do Rei
Atrás das paredes dos castelos reais, emergem histórias que retratam qualquer cidadão comum. A glamorosa máscara mítica dos EUS IDEALIZADOS da realeza, não consegue esconder os conflitos humanos inerentes à qualquer pobre mortal. A história infantil do rei GEORGE VI é igual à qualquer outra, de qualquer família, em qualquer lugar do mundo. Como sempre, em todas as épocas e culturas, estas histórias estão recheadas de desencontros, abandonos, perdas, violência física e psíquica, manipulações, desqualificações, desproteções e toda sorte de expressão da incapacitação humana para o vínculo e para o amor.
Na dinâmica da família do pequeno GEORGE VI, aparece a prevalência de falta de vínculos. Uma mãe fria e ausente. Determinando uma brutal desproteção e desconhecimento de afetividade e intimidade. Um pai persecutório, agressivo e manipulador, tecendo no seu precário vínculo com o filho, a teia do medo. No abandono, GEORGE VI e seus irmãos são entregues às babás. Essas figuras femininas substituíram precariamente a figura materna. Essa inversão de papeis conturba a mente de qualquer criança, povoando-a de fantasias e sentimentos de ameaça. Como agravante à tudo isso GEORGE VI sofre violência física e psíquica por parte de sua babá, que expressava de forma vingativa, pelo ódio social, sua preferência pelo irmão mais velho. Era sucessivamente punido com agressiva discriminação e punição com falta de alimento. George VI teve sua infância roubada e abusada.
Nesta atmosfera familiar tão insalubre para sua saúde física e mental, GEORGE VI não constituiu um SELF(DESENVOLVIMENTO DE SUAS CAPACIDADES INATAS E ÚNICAS) e muito menos um EGO forte (MECANISMOS DEFENSIVOS PARA LIDAR COM A REALIDADE), que pudessem ajudar em seu desenvolvimento. Sua infância abusada, não lhe permitiu sequer a construção de defesas psíquicas razoavelmente eficientes. Assim sua CRIANÇA FERIDA, sem saída, perpetuou seus medos infantis,