Fico, Como eles agiam
No capítulo 1, através de uma contextualização histórica, o autor demonstra que a demanda por equipamentos de informações era anterior ao próprio golpe e, após esse, tal demanda apenas se ampliou e foi materializada.
No capítulo 2, são apresentadas as estruturas dos vários mecanismos do que ficou conhecido como comunidade de informações, um sistema, na verdade, que além da mera coleta de informações para fins politico-administrativos, constituindo-se numa verdadeira estrutura de espionagem institucionalizada.
Até então, o SNI era apenas um órgão de informações, não um órgão executante. Por esse motivo, havia certa frustração por parte dos militares da linha dura, que ansiavam por uma estrutura nacional de repressão, controlada pelas forças armadas e capaz de combater de forma eficaz o comunismo e a corrupção.
Uma das principais causas dessa frustração estava ligada à morosidade e limitações da justiça, que se tornara empecilho para que a “revolução” concretiza-se seus objetivos. Por isso, para o surgimento do Sistema Nacional de Segurança Interna (SISSEGIN) foram indispensáveis a adoção do foro privilegiado para crimes políticos (AI-2) e suspenção de certas garantias individuais. Mesmo com essa deformação da justiça, a linha dura ainda reclamava, por exemplo, de ter que comunicar as prisões ao auditor militar.
A partir daí, cita-se duas motivações que culminaram na montagem do sistema de segurança: 1) existia um projeto que acreditava que, através do controle policial e militar, a sociedade podia ser moldada de forma estática e desideologizada; e 2) insatisfação generalizada da linha dura com o aparelho repressor existente, com a lentidão e limitações da justiça e com a impressão de fragilidade que o regime pudesse estar transmitindo.
Foi o Ato Institucional nº 5 que abriu as portas para a efetivação do sistema de segurança. Dois meses depois do AI-5, houve uma grande reorganização dos órgãos militares e da