Fichamento A cidade-Estado Antiga
CARDOSO, Ciro Flamarion S.
Cidadania, participação política, democracia: estas noções fundamentais, de grande atualidade, formaram-se no período de que trata este livro - o das cidades-Estados da Antiguidade clássica. Naquele mundo das cidades gregas independentes e da República romana, todos estariam de acordo com a ideia de Aristóteles quanto a ser o homem um animal cuja finalidade consiste em viver, como cidadão, uma vida associativa numa cidade-Estado e com a crença de que no Estado imperam as leis, não os homens. Tão belo ideal excluía, entretanto, as mulheres, os escravos e os estrangeiros domiciliados e não impediu longas e sangrentas lutas, em função das quais a natureza da cidade-Estado antiga transformou-se mais de uma vez. Ciro Flamarion S. Cardoso, doutor em História, é professor dessa área na Universidade Federal Fluminense. Entre outros títulos, publicou O trabalho compulsório na Antiguidade, O Egito Antigo e, na Série Princípios, O trabalho na América latina colonial.
Rumo a uma definição
A cidade-Estado antiga é uma dessas noções que, uma vez assimiladas, são entendidas e aplicadas sem dificuldade, mas que são difíceis de definir em poucas palavras. No século passado Grécia e Roma, foi definida como cidade-Estado dizendo que ela não era uma reunião de indivíduos, e sim uma confederação de grupos preexistentes. Assim, um ateniense, por exemplo, pertencia sucessivamente - nelas ingressando através de certas cerimônias religiosas escalonadas ao longo de diversos anos.
Essa concepção religiosa acerca da origem da cidade-Estado já não é aceitável. Em compensação, a diferença entre "cidade" e "cidade-Estado", vigorosamente traçadas em várias definições
Características das cidades-Estados
Existiam algumas características comuns a todas as cidades-Estados clássicas, as seguintes são as mais importantes:
1) do ponto de vista formal, a tripartição do governo em uma ou mais assembleias, um ou mais conselhos, e