Fichamento 3 primeiros livros "A cidade antiga"

A Cidade Antiga
Assunto ou Tema: Crenças Antigas. Nº 01/13.
Referência Bibliográfica: FUSTEL de Coulanges, Numa Denis. A cidade Antiga. São Paulo: Rideel, 2005. LIVRO PRIMEIRO
Crenças sobre a alma e sobre a morte O trabalho de Fustel mostra que desde os tempos antigos o homem, com sua inteligibilidade, busca entender o mistério quanto à sua natureza, sua alma e sua própria morte. Para isso, ele utiliza a cultura de alguns povos como exemplo: os da Grécia e de Roma, principalmente. Nota-se que estes povos não acreditavam que tudo acabasse com a morte, eles a encaravam como uma mudança de vida. Não era na reencarnação nem na morada celeste que esses povos acreditavam habitar suas almas após a morte. Era, sim, perto dos homens – no mundo subterrâneo - que suas almas, associadas a seus respectivos corpos, habitariam. A testemunha maior dessa crença está nos ritos fúnebres. Essa tradição consistia em levar alimentos – pastéis, frutas, sal, leite, vinho, etc. – ao túmulo para que os mortos sentissem prazer com as oferendas. A alma que não tivesse um túmulo estaria condenada eternamente, seria amaldiçoada. Em suas culturas, temiam-se mais a privação da sepultura do que a morte. Esses ritos e tradições podem causar estranhamento por nossa parte, porém, um fato curioso é que ainda preservamos uma ou outra tradição antiga como estas. Uma delas é a tradição de levar grandes grinaldas de plantas e flores ao túmulo de nossos parentes e amigos que já se foram. Foram liturgias como a alimentação fúnebre e o direito ao túmulo que deram origem a vários conceitos e direitos importantes, o que Fustel apresentará nas linhas adiante.
O culto aos mortos Os ritos fúnebres não se resumiam a um hábito, mas uma religião. Levar alimentos aos mortos não dependia da vontade ou do sentimento dos homens, era uma obrigação. Os mortos eram considerados deuses, entes sagrados. Os gregos os chamavam de deuses subterrâneos e os romanos, deuses manes. Não só praticados