os persas
A peça mais antiga do autor a ter sobrevivido até os dias de hoje é Os Persas (Persai), encenada pela primeira vez em 472 a.C., e baseada nas experiências do próprio Ésquilo no exército, mais especificamente na Batalha de Salamina.[16] É única entre as tragédias gregas por tratar de um evento histórico recente, no lugar de um mito heróico ou divino.[1] Os Persas o tema popular entre os gregos do hubris, ao colocar a culpa da derrota persa no orgulho sobrepujante de seu rei.[16] A obra se inicia com a chegada de um mensageiro em Susa, capital do Império Persa, trazendo a Atossa, mãe do rei persa, Xerxes, notícias da derrota catastrófica dos persas em Salamina. Atossa visita então a sepultura do antigo imperador Dario, seu marido, cujo fantasma lhe aparece, explicando os motivos da derrota - resultado, segundo ele, do húbris de Xerxes ao construir uma ponte sobre o Helesponto, atitude que enfureceu os deuses. Xerxes aparece apenas no fim da peça, sem perceber as causas de sua derrota, e a peça se encerra em meio aos lamentos do rei e do coro
Corifeu Longe, rumo ao poente do sol nosso senhor.
Atossa E que desejo anima meu filho a destruí-la?
Corifeu Vencida Atenas, submeter-se-á toda a Grécia.
Atossa É pois o exército dos atenienses?
Corifeu Tal como é muitos males já causou ao medas.
Atossa Tem eles recursos, riquezas suficientes? Corifeu Possuem uma mina de prata, tesouro da terra.
Atossa São arcos e flechas que lhes armam as mãos?
Corifeu Não; mas fortes espadas, firmes escudos.
Atossa Quem é seu senhor? Quem lhes comanda o exército?
Corifeu Não são escravos, nem súditos de ninguém.
Atossa Como poderão resistir e enfrentar o inimigo?
Corifeu Não destruíram, porventura, o soberbo exército de Dario? Atossa Triste presságio para as mães dos que partiram. Corifeu Em breve, creio, serás esclarecida. Alguém para cá se dirige. Pela velocidade reconheço um mensageiro persa. Boa ou má nos trará qualquer notícia.