Fichamento uma nova agenda para a arquitetura (introdução)
Kate Nesbitt
A teoria da arquitetura se distingue da história da arquitetura e da critica, pois oferece soluções alternativas a partir da observação da situação corrente da disciplina e propõe novos paradigmas de pensamento para o tratamento de seus problemas. Em suma, apresenta uma natureza especulativa, antecipatória e catalisadora, trabalhando em vários níveis de abstração. Nos últimos trinta anos houve uma multiplicidade de questões que identificam o chamado período pluralista, imprecisamente designado de pósmoderno, em que há uma inexistência de um tópico ou de um ponto de vista predominante. De modo geral, a teoria pós-moderna da arquitetura trata de uma crise de sentido. Foram definidos vários tipos de teorias caracterizadas pelas várias maneiras de apresentar o seu objeto: prescritivas, proscritivas, afirmativas ou críticas, em que nenhuma delas apresenta uma postura descritiva, “neutra”. A teoria prescritiva oferece novas soluções, ou ressuscita antigas, voltada para problemas específicos, estabelecendo novas normas para a prática: propõe padrões positivos e inclusive, às vezes, uma nova metodologia de projeto. Já a teoria proscritiva assemelha-se a prescritiva, porém se distingue dessa porque seus padrões estabelecem o que deve ser evitado no projeto, em que a boa arquitetura e urbanismo se definem pela ausência de atributos negativos. Por fim, a teoria critica mais abrangente que as anteriores, e avalia o mundo construído e suas relações com a sociedade a que serve. De natureza tipicamente polêmica, ela muitas vezes contém uma orientação política ou ética explicita e tem a intenção de estimular mudanças. Ela é especulativa, questionadora e às vezes utópica. No que diz respeito a tratados teóricos, esses têm por finalidade definir o escopo da disciplina, se ocupando fundamentalmente das origens de uma pratica ou de uma arte. Além de postularem uma origem legitimadora, os tratados às vezes estabelecem uma clara distinção entre a