Fichamento sobre a obra: APRENDER ANTROPOLOGIA de François Laplantine
“A abordagem antropológica de base (...), provém de uma ruptura inicial em relação a qualquer modo de conhecimento abstrato e especulativo, isto é, que não estaria baseado na observação direta dos comportamentos sociais a partir de uma relação humana” p. 149
“Não se pode, de fato, estudar os homens à maneira do botânico examinando a samambaia ou do zoólogo observando o crustáceo; só se pode fazê-lo comunicando-se com eles: o que supõe que se compartilhe sua existência de maneira durável ou transitória” p. 149
“A etnografia (...) não consiste apenas em coletar, através de um método estritamente indutivo, uma grande quantidade de informações, mas em impregnar-se dos temas obsessionais de uma sociedade, de seus ideais, de suas angústias. O etnógrafo é aquele que deve ser capaz de viver nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda” p. 149/150
“Assim, a etnografia é antes a experiência de uma imersão total, consistindo em uma verdadeira aculturação invertida, na qual, longe de compreender uma sociedade apenas em suas manifestações “exteriores”, devo interiorizá-la nas significações que os próprios indivíduos atribuem a seus comportamentos” p. 150
“Essa apreensão da sociedade tal como é percebida de dentro pelos atores sociais com os quais mantenho uma relação direta, é que distingue essencialmente a prática etnológica – prática do campo – da do historiador ou do sociólogo” p. 150
“O historiador, de fato, se procura, como o etnólogo, dar conta o mais cientificamente possível da alteridade à qual é confrontado, nunca entra em contato direto com os homens e mulheres das sociedades que estuda. Recolhe e analisa os testemunhos. Nunca encontra testemunhas vivas” p. 150
“Quanto à prática da sociologia (...) várias características a distinguem da prática etnológica: (...) comporta um distanciamento em relação a seu objeto, e algo frio, e “desencarnado”” p. 150/151
“O etnólogo