fichamento luta pelo direito
O livro “A luta pelo Direito” de Rudolf Von Ihering foi escrito a partir de um discurso pronunciado numa conferencia em Viena. Inicialmente teve vocabulário voltado para juristas e, somente após algumas edições, foi adaptado para conter um vocabulário de fácil entendimento a todos. Ihering é reconhecido, na Alemanha, como um dos mais profundos pensadores e maiores juristas do país.
No prefácio escrito por Ihering ele considera a ideia fundamental apresentada no livro incontestável. E todos aqueles que não consideram sua “tese” verdadeira são interesseiros e materialistas. Além disso, no prefácio o autor faz dois apelos, o primeiro para que seu ponto de vista não seja falseado. O segundo é destinado para aqueles que desejam contestar sua teoria. Ihering vos pede para “contrapor à fórmula prática [...]. O que deverá então fazer aquele cujo direito foi pisoteado?” (IHERING, 2003, p. 17).
Nesse mesmo prefácio, o autor comenta sobre uma parte do livro “O mercador de Veneza”. Na parte em que a justiça é posta em cheque no momento do pagamento da divida que Antonio, negociante marinho, com o agiota judeu Shylock. Quando Shylock emprestou dinheiro a Antonio foi combinado como garantia uma libra de carne do negociante. Porém, quando Antonio perde seus navios em alto mar, Shylock busca seus direitos e pede para que seja entregue a ele a sua garantia, ou seja, uma libra da carne do negociador. Após a sentença ser validada, é posto a condição de ser tirada exatamente uma libra de carne, sem sangue algum. Assim, o autor apresenta sua opinião sobre essa cena do livro. Afirma que não existe carne sem sangue e que o credor tem total direito de tirar menos carne se assim ele desejar, a partir do reconhecimento do seu direito. Diferente do posicionamento do autor, o “juiz” afirmava que o judeu só poderia tirar exatamente uma libra de carne e sem nenhum pingo de sangue.
Teria eu dito demais, por acaso, afirmando que o judeu foi enganado em seu direito? Certamente