Fichamento História do Direito
3) UMA EXIGENCIA: O estudo da totalidade
O estudo antropológico tem como uma de suas características o estudo da totalidade, ou seja, um antropólogo precisa estar atento para que nada lhe tenha escapado. No campo, tudo deve ser observado, anotado, vivido mesmo que não diga respeito diretamente ao assunto que se pretende estudar. De um lado, o menor fenômeno deve ser apreendido na multiplicidade de suas dimensões. De outro, só adquire significação antropológica sendo relacionado á sociedade como um todo na qual se inscreve e dentro da qual constitui um sistema complexo. Como escreve Mauss “homem é indivisível” e o “ o estudo do concreto é o estudo do completo”.
Essa preocupação que tem a antropologia de dar conta, a partir de um fenômeno concreto singular, do multidimensionamento de seus aspectos e da totalidade complexa na qual se inscreve e adquire sua significação inconsciente, está relacionada á abordagem menos diretiva e programática da própria pratica etnográfica, comparada a outros modos de coleta de informações: trata-se, de fato, para nós, além de todos os questionários, por mais aperfeiçoados que sejam, de fazer surgir de um questionamento mutuo. Tal preocupação diz respeito também, mais uma vez, á natureza das sociedades nas quais se desenvolveu a disciplina de Antropologia: conjuntos relativamente homogêneos, nos quais as atividades são pouco especializadas, e que se dão uma ideologia mestra (de tipo mitológico) dando conta da totalidade social.
Não deve haver por parte de um antropólogo uma especialização, isto é, se tornar um perito de tal ou área particular (econômica, demográfica, jurídica...). As ciências politicas se dão por objeto de investigação de certo aspecto do real: as instituições que regem as relações do poder; as ciências econômicas, outro: os sistemas de produção e troca de bens; as ciências jurídicas, o direito; as ciências psicológicas, os processos cognitivos e afetivos; as ciências