Fichamento Fronteira das Narrativas
Instituto de Artes e Comunicação
Discente: Dandara Magalhães Telles Feijó de Leiros
Fichamento “Fronteiras da Narrativa” GENETTE, G. In Análise Estrutural da Narrativa.
“Caso se aceite, por convenção, permanecer no domínio da expressão literária, definir-se-á sem dificuldade a narrativa como a representação de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos, reais ou fictícios, por meio da linguagem e, mais particularmente, da linguagem escrita.” (p 265)
“Sabe-se quanto, sob formas diversas e muitas vezes contraditórias, a literatura moderna viveu e ilustrou esse espanto fecundo, como se quis e se fez, em seu fundo mesmo, interrogação, abalamento, contestação do próprio narrativo. Esta questão falsamente ingênua: por que a narrativa? – poderia pelo menos incitar-nos a pesquisar, ou mais simplesmente, a reconhecer os limites de certo modo negativos da narrativa, a considerar os principais jogos de oposições por meio dos quais a narrativa se define, se constitui em face das diversas formas da não narrativa.” (PP 265 e 266)
“Para Aristóteles, a narrativa (diegesis) é um dos dois modos da imitação poética (mimesis), o outro sendo a representação direta dos acontecimentos por atores falando e agindo diante do público. Aqui instaura-se a distinção clássica entre poesia narrativa e poesia dramática (...) Sócrates nega ali à narrativa a qualidade (isto é, para ele, o defeito) da imitação, e que por outro lado ele toma em consideração aspectos de representação direta (diálogos que podem comportar um poema não dramático como os de Homero. Há portanto, nas origens da tradição clássica, duas partições aparentemente contraditórias, em que a narrativa opor-se-ia à imitação, aqui como sua análise, e lá como um dos seus modos.
Para Platão, o domínio daquilo que ele chama lexis (ou maneira de dizer, por oposição a logos, que designa o que é dito) divide-se teoricamente em imitação propriamente dita (mimesis) e simples narrativa