Fichamento do livro preconceito linguístico: como é e como se faz
Primeiras palavras
“A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta” (p.9)
Mito 1: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”
“Ora, a verdade é que no Brasil, embora a língua falada pela grande maioria da população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, não só por causa da grande extensão territorial do país (...) mas principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil o segundo país com a pior distribuição de renda em todo mundo”. (p.16)
“É preciso, portanto, que a escola e todas as demais instituições voltadas para a educação e a cultura abandonem esse mito da “unidade” do português no Brasil e passem a reconhecer a verdadeira diversidade linguística de nosso país para poder melhor planejarem suas políticas de ação junto à população amplamente marginalizada dos falantes das variedades não-padrão”. (p.18)
Mito 2: “Brasileiro não sabe português/
Só em Portugal se fala bem português”
“O brasileiro sabe português, sim. O que acontece é que nosso português é diferente do português falado em Portugal”. (p. 23)
“No que diz respeito ao ensino de português no Brasil, o grande problema é que esse ensino até hoje, depois de mais de cento e setenta anos de independência política, continua com os olhos voltados para a norma linguística de Portugal”. (p.26)
“O brasileiro sabe seu português, o português do Brasil, que é a língua materna de todos que nascem e vivem aqui, enquanto os portugueses sabem o português deles. Nenhum dos dois é mais certo ou mais errado, mais feio ou mais bonito: são apenas diferentes um do outro e atendem as necessidades linguísticas das comunidades que os usam, necessidades que também são... diferentes!”. (p.33)
Mito3: