Ficha de leitura - «o gato malhado e a andorinha sinhá» de jorge amado
A minha apreciação: Esta obra foi o mote do escritor brasileiro Jorge Amado. É dedicada ao filho, João Jorge, para quem a escreveu como presente do seu primeiro aniversário. O próprio admite numa nota do livro nunca ter pensado publicá-la. Que obra de arte o mundo teria perdido. Quando se escreve algo assim é para mim um crime mantê-la longe das vidas mundanas. A história tem lugar durante três estações e, como dizia o grande Luís Vaz de Camões, «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades». O início da obra agarra-nos logo pois é bastante peculiar: a Manhã conta ao Tempo, seu pai, uma história que o Vento, por quem está enamorada, lhe contou. Como disse, peculiar, mas de mestre. Começar assim uma história é algo que intriga quem a lê. As metáforas inundam este começo, assim como toda a obra. Estivesse o mundo destas inundações cheio… E então começa a narrativa em si. É-nos dado a conhecer um gato, mas não um gato qualquer, o Gato Malhado. Mora numa clareira de uma floresta, é feio, mal- disposto, ladrão e não é nada disto! É simplesmente odiado por todos – começa a crítica. Ele é feio, deve ser mau. É tratado como um forasteiro, alguém que deve ser temido. No entanto, embora não seja a imagem da boa educação, é apenas um mais um gato que tem o desejo de ajudar a floresta e ser melhor. Um certo dia, a bela Andorinha Sinhá vai mais além e, ousada como era, fala com o Gato e assim nasce o amor, da diferença, juntando a perfeição à imperfeição na sua