FHC
Autor: Fernando Henrique Cardoso
CPT 03 SENHORES E ESCRAVOS
O autor busca compreender como o escravo estava inserido na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul. Sua ênfase, no capítulo abordado, será sobre as relações entre senhores e escravos. Ao longo do capítulo, é perceptível que rompe com as abordagens que harmonizam as relações entre senhores e escravos ou mencionam uma “igualdade” nas pequenas propriedades (“democracia rural”).
Segundo o autor, o escravo era uma coisa em termos objetivos e subjetivos, o aspecto jurídico representava sua posição social: “Por um lado, tornava-se uma peça cuja necessidade social era criada e regulada pelo mecanismo econômico de produção. Por outro lado, o escravo autorepresentava-se e era representado pelos homens livres como um ser incapaz de ação [autônoma]”. (p.161)
Nesse ponto a ênfase do autor é que essa coisificação era resultado do “mecanismo econômico de produção” e da representação feita pelos homens livres sobre sua condição. Sua perspectiva será buscar compreender as relações particulares num sistema interno complexo.
“É preciso compreender concretamente de que maneira, em cada uma das situações típicas e decisivas para a constituição da sociedade senhorial gaúcha, o escravo se inseria nos sistemas sociais particulares que nelas se desenvolviam e como se articulavam esses vários sistemas num todo complexo.” (p.163)
A partir desse ponto, o autor começa a analisar cartas de viajantes para compreender como os “escravos se inseriam” naquele meio social. Para isso o autor utiliza de dois métodos; análise de cartas de viajantes e a comparação (estâncias e charqueadas). Mesmo não sendo historiador, o descuido perceptível é a utilização dessas cartas como a representação da verdade, as discordâncias entre elas é avaliada apenas na superficialidade, entre bom ou ruim. A partir dessas colocações, evidencia que as